Inspirado na semiótica de um olho, conceito possibilita visão fluida entre espaços, valorizando a integração entre elementos naturais, esculturais e construtivos
Assinada por dois jovens arquitetos, a Capela Caucaia foi projetada para uma propriedade particular no interior de São Paulo. A ideia inicial era substituir uma capela recém-demolida por uma arquitetura mais funcional e que integrasse o espaço de contemplação à natureza.
A configuração do terreno em declividade possibilitou que a capela tivesse um pé-direito elevado, sem que a volumetria ultrapassasse a altura do platô superior, permitindo uma visão ampla de quem observa de cima. Deste modo, a capela aparece como um presente a quem se aproxima da rampa de acesso lateral. A cada passo uma surpresa!
Poucos materiais foram adotados em suas formas naturais: aço, pedra, madeira e água. A composição adotou o máximo de aberturas para a fusão do ambiente interno com o externo. Isso proporcionou uma melhor comunicação da capela com o entorno, valorizando a troca de energias: a arquitetura respira!
O conceito foi inspirado na figura de um "olho" integrado ao morro: um espaço privilegiado para observar e ser observado, contemplar e ser contemplado. Todos os elementos foram desenhados especialmente para garantir que o olhar flua livremente ao encontro da natureza – por entre os vãos das paredes, dos móveis e até mesmo da escultura em forma de cruz, que surge discretamente de dentro do espelho d'água.
Teto e piso revestidos em madeira trazem uma sensação de aconchego em meio a toda essa integração de elementos arquitetônicos e naturais. Como pano de fundo, o revestimento de pedra cobre o muro de contenção atrás da capela. Cobertura verde, brises em madeira, além de grandes aberturas e lâmina d'água, garantem o conforto térmico do espaço.
A iluminação, projetada minuciosamente pelos arquitetos, exerce o seu papel mais puro; deixa de lado o uso de luminárias esculturais para exaltar a exuberância das texturas de materiais, traços e vegetação.